The Hug project

THE HUG PROJECT Brasil/Nepal foi idealizado depois dos terremotos que ocorreram no Nepal, nos dias 25 de abril e 2 de maio de 2015. A performance surgiu a partir de um sentimento de impotência diante dos acontecimentos e dos desvios das doações internacionais efetuadas pelo governo nepalês após a catástrofe natural. A minha grande pergunta era: O que podemos produzir para manifestar solidariedade internacional, que não possa ser desviado?

Escolha um abraço de 5, 10 ou 15 minutos. Venha me entregar o seu abraço. Dia 5 de julho, embarcarei para o Nepal para entregar pessoalmente o abraço para o destinatário, que você escolheu ou visualizou durante o abraço.

Essas frases estavam escritas em um cartaz que carreguei por cinco semanas seguidas. Sentada em bancos de praças, salas de espera, transportes públicos, em festivais e em reuniões diversas, fui coletando abraços longos. Após cada um deles, a pessoa podia escolher para quem o abraço seria destinado. Às vezes, a escolha vinha de uma visão que a pessoa tinha tido durante o abraço – eu visualizei um menino de sete anos com roupa verde; às vezes, era uma escolha racional – quero que meu abraço seja entregue para uma senhora de setenta anos, uma criança, uma mãe etc. Além de ser realizadas nas ruas, a performance da coleta também foi realizada no Festival Internacional de Performance ATOSEMACAO de Campinas / Limeira / Rio Claro, nas cidades de Limeira e Rio Claro, com curadoria de Cecilia Stelini e em parceria com a Prefeitura de Limeira, onde foi acompanhada de um workshop “A performance como experiência de si”.

Dessa forma, durante os meses de maio e junho de 2015, foram coletados 605 minutos de abraços de brasileiros para 124 destinatários moradores do Nepal. No dia 5 de julho, embarquei para lá com as fotos impressas dos remetentes dentro de envelopes para seus destinatários.

No Nepal, com a ajuda de um artista/tradutor local, fui a pé, de ônibus, van ou scooter procurar os 124 destinatários dessa missão.

Encontrei crianças, idosos e adultos nas mais diversas regiões do país, por vezes, morando em barracas feitas de sacolas de plástico, sem família e casa, ensanguentados, famintos e doentes. Alguns abraços também foram destinados a plantas e animais.

A cada abraço entregue, eu enviava uma foto ao remetente confirmando a sua entrega.

Voltei para o Brasil em 5 de agosto de 2015. Os 124 abraços tinham chegado aos seus destinatários.